perspectivasurbanas15
terça-feira, 17 de dezembro de 2019
quarta-feira, 6 de novembro de 2019
segunda-feira, 1 de julho de 2019
“Falando a respeito de tempo e espaço,
os blog’s assim como qualquer outro conteúdo da
internet, têm uma característica especial, pois diferente
dos livros
na tela do computador, o leitor tende a ver os conteúdos
apenas da página principal, o que se
postou anteriormente perde consideravelmente seu significado
e importância.
As pessoas procuram novidades e a velocidade com que as
informações são divulgadas, com a
possibilidade de se navegar em inúmeras páginas em um curto
espaço de tempo,
trazem esta sensação do imediatismo, do novo, tornando os
conteúdos voláteis. Vemos muitas
vezes no blog do Pó&teias, conteúdos sendo postados
novamente, ou seja,
o próprio autor tem a consciência de que sua obra já ficou
no esquecimento, trazendo-a à
tona com esta nova postagem. “
Eliane
Os blogs não eram mais do que simples diários onde as
pessoas engavetavam emoções neste
emaranhado virtual e etéreo da web,que por sua vez principiara
para atender as demandas
acadêmicas e militares.
Em curto espaço de tempo esta nova mídia foi ensejando um
novo tipo de meio-mensagem
,onde os domínios do subjetivo, íntimo, privado foram se
espraiando para uma nova forma de
sub-literatura,fora dos cânones acadêmicos, mas ainda
amadora .
Contudo hoje em dia convivem meros rascunhos , como quartos
de dormir mal arrumados
diante de uma porta escancarada para um olho imenso que a
tudo devassa enquanto cegos
enquanto se tropeça nas roupas , espalhadas pelo chão.
Com efeito podemos discorrer sobre a sociedade de fim de
século, época de transição , de
grandes transformações marcada por uma diversidade de formas
e camadas de
relacionamentos inusuais á poucas décadas, onde o
ciber-espaço cumpre o papel de ponte
fantasma entre a inconstância,o delírio e a pseudo
profundidade dos contatos que em certo
sentido aboliram a interação física;relações superficiais na
contradição a abertura total a
desinibição,incluindo a intima e a erótica em níveis não do experienciado
mas do imaginado.
Quanto ao blog em questão nos remeteremos a sociedade vídeo-
adicta , onde o tempo é
variante adversa daquela empregada na leitura do livro,o
lead e a informação direta, não
necessariamente objetiva predominam ,isso em parte já
ocorria na literatura ,as shorts -stories
e as crônicas, os minicontos nos jornais; estórias
ligeiras.Embora seja platitude ficarmos
nesse argumento.Não esqueçamos do fenômeno dos e-boocks.As
questões que se apresentam
:1) os leitores dos e-books são os mesmos que cultivados
pela leitura dos livros de celulose e
seus filhos herdeiros de tais acervos culturais, leem os
dois meios ou não?2)Como ficaram as
editoras nesse processo ?
Penso que haverá uma multi- coexistência de maneiras de
absorver literatura e cada geração
resgatará no espírito de sua época as cores , as paisagens
de suas letras,como fora no passado
e assim é no presente.
No que se refere ao efêmero do postado,digerido ou não
apenas mantém a força breve das
breves lembranças,profundidades não trazem a tona o que a
juventude busca.Tempestade e
ímpeto.Um tiro de uma frase certeira , um conciso veneno ou
elixir, bastam, não é a demanda
do santo Graal.revelações profundas ainda são o continente
de um bom livro ou de um e-
book, talvez.
Com relação ao ocorrido com o referido blog, então
denominado Pó&Teias sou de opinião,
que as repetições nas postagens, tem mais a ver com o
caráter pré-profissional que induzem
seus colaboradores a erro por mero esquecimento do que fora
postado, creio que se houvesse
algum mecanismo que lembra-se que tal ou qual texto já fora
publicado, não haveria tal
fato.Uma questão de ordem técnica.
De outra ordem é a qualidade dos textos e a Leitura que
deles se fazem pelos leitores
“virtuais’,o primeiro pode ser lapidado , filtrado, quanto
aos leitores que ora também podem
vir a se tornarem colaboradores, colaboradores, está muito
ligado a alguns fatores de proximidade seja de
comunidades de relacionamento virtual de perfil literário ou
participes de grupos poéticos e de
escritores em sua maioria frequentadores dos mesmos espaços
culturais urbanos boêmios ou
não, e sim os anônimos presos nas teias do ciberespaço.
Wilson Roberto Nogueira.2009
sexta-feira, 7 de junho de 2019
sábado, 2 de março de 2019
terça-feira, 31 de julho de 2018
Tua ilegibilidade se tornou dunas
nas minhas mãos: jogos de espelhos, narrativas encaixadas
e um engulho nas madrugadas turvas.
Viver é dócil e assombroso ao seu lado.
Todavia, me descubro menino e ancião cansado
quando falas e vibras tuas mãos no quarto amplo demais.
Mas quando te vi perdida
me reconheci sórdido como um vilão de Alexandre Dumas.
Não te peço nada, só o perdão
pelo sacrilégio de existir num mundo que nos desconhece.
O amor não é palavra que se soletra impunemente.
Penitencio-me por ousar descobrir todos os seus sinônimos
no meu velho dicionário de impropérios.
Amo-te como um crápula, como um cervo ferido
na Floresta Negra,
como um traficante da armas na Abissínia, como um anjo.
Amo-te e quero te possuir mais a alma que o corpo.
O corpo é doido e não raro nos desengana.
Viver é dócil e assombroso ao seu lado, eu já disse.
E é este assombro que me alimenta,
hoje, às três horas
da tarde de uma quinta-feira de um mundo sem sentido.
Otto Leopoldo Winck
Ser autêntico exige um alto preço
Ser autêntico exige um alto preço -- preço que pouquíssimos
estão dispostos a pagar. Você pode ser linchado pela opinião pública (como Zola
no caso Dreyfus), você pode ser vítima de atentado (como Sartre na Guerra da
Argélia), você pode tomar cicuta (como Sócrates), você pode ser crucificado
(como Jesus). Ou então você muitas vezes vai ser obrigado a andar sozinho,
nadar contra a corrente, dar murro em ponta de faca... Nem todos estão
dispostos, na hora do cafezinho, numa reunião familiar, numa festa de amigos, a
serem vistos como estranhos, exóticos, excêntricos -- sobretudo quando não há
glamour nessa excentricidade. Mas beleza, eu entendo, é mais seguro andar na
mesma direção do rebanho. Só não se queixe se você for classificado naquela
categoria que Fernando Pessoa chamou de "besta sadia", "cadáver
adiado que procria"...
Otto Leopoldo Winck
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