sexta-feira, 31 de março de 2017

Tullio_____________________ . Quanto a Proudhon , de quem modéstia às favas conheço bem o pensamento, ele era contra o capital por meio de propriedade improdutiva, todavia não ao direito de posse, e se leram a teoria proudhoniana sabem que ele discorre sua teoria a partir de um visão de desenvolvimento mutualista, - paulatinamente ele substitui a semântica ''anarquia'' por mutualismo, e é nisto que escola austríaca pode ter afinidade com o anarquismo social. Bakunin merece outro comentário, até porque o contexto dele é outro, e se desenvolverá por meios revolucionários. Enfim, eu disse:que não sou sectário, já citei aqui autores marxistas e neomarxistas , e sou profundamente antimarxista, e nem tão pouco aceito as concepções capitalistas de Von Mises, embora ele tenha uma máxima genial : "Não há nada de errado em dizer às pessoas que tributação é roubo, que regulamentação é transgressão, que leis antidrogas são agressão, que políticos são criminosos, e que o estado é uma monstruosa agência criminosa.", conquanto ele vai estender sua teoria de livre mercado pela competitividade, e se afasta do ideário anárquico da solidariedade;tornando-se por si uma contradição ao princípio básico do mutualismo; ele mesmo reconhece isso, colocando óbvias distinções entre liberalismo e o libertarismo proudhoniano. Friedrich Von Hayek já é uma outra conversa, pois ele é mais um economista, do que um teórico político; as idéias de Von Hayek apresentam sim concórdias com as teses de economia autônoma e auto-gestiva dos libertários, ele mesmo reconhece isso, aliás é clássica a polêmica dele tantos com os trabalhistas como o liberalismo de Keynes. Sim o anarquismo e o marxismo se encontram historicamente e  primeiramente na comuna de Paris e daí sempre se desencontrarão, já Proudhon preconiza esse desencontro em o ''Sistema das Contradições Econômicas ou Filosofia da Miséria''; a famigerada revolução russa, será a esperança e a decepção de Kropotkin; e na revolução catalã terão um grande encontro, e várias dissensões. Os anarquistas sempre chutaram os baldes e abriram as portas para os grandes movimentos de massa, contudo, os autênticos, jamais se renderam e renderão à autoridade, inclusive a intelectual, por isso foram diluídos pelo poderio verticalizador . Um anarquista é antes de tudo alguém que busca a autonomia em todos os sentidos, um negador da autoridade vertical, e socialmente alguém que busca a solidariedade e desmantelamento da máquina estatal, a qual podemos também chamar de governo. Pessoalmente, eu, Tullio Stefano Sartini, acredito ser possível um processo no qual a dialética é o meio mais patente, -a dialética racional,( e não uma pseudo-dialética maniqueísta e historicista) por isso transito em diferentes ideários e ideias, preferindo idéias do que ideologias, contudo, mantendo a minha postura, contra o Estado, contra o latifúndio, em suma contra a hierarquização centralizadora e institucionalizante do poder e seus monopólios, usados através do meios tributários e militares. são essas as minhas premissas, o resto pra mim é hermenêutica."

Tullio escreveu: "-
O Caio , é como você Wilson , também meu amigo, de bons papos em mesa de boteco. e as conversas entre amigos nesses ambientes, flui muito melhor do q nesses nesse espaço 'etéreos' que estão na internet que por vezes até dificultam a pessoalidade do encontro e da conversa; lembro do ''botequim socialista'' no orkut, o qual nunca, eu comentava ou postava nada. apenas lia 'en passant' e as conversas de seus membros eram acirradas [ nesta ocasião eu não era engajado em nada, isso aconteceria um ano depois com o movimento Occupy 15 de outubro, e suas sub-sequências, até então, mantinha meu anarquismo individual, e hoje, não estou diferente], bem, de quando em quando em São Paulo essa galera se reunia em algum boteco de fato, uma vez fui a um desses encontros, se conversou de tudo, menos de política, acho q preferiam os biombos do orkut (?). 

O Wilson Nogueira, Caio é um dos melhores intelectuais da área social que conheço, e o Caio também Wilson, apenas vocês por terem especializações e ideologias diferentes nas suas respectivas áreas de estudo, fazem provocações diferentes; o q acho maneiro. Pessoalmente, eu, Tullio adoro as ideias, - conhecer as ideias, desenvolver as ideias, por isso não abraço ideologias fixas. Conforme disse, penso na possibilidade de um processo social de diferentes ideações e movimentos, desde que esses ocorram horizontalmente, e não verticalmente, conforme tem acontecido (salvo exceções) no curso da história humana, onde os governos e suas instituições (fiscalizadoras, tributadoras e fisicamente armadas) fazem o caos e não a sociedade em si mesma, implanta o caos em sua forma mais legítima. Não sei se isso acontecerá, certas complexidades graves e enraizadas do ente humano não permitem uma Evolução individual suficiente para que coletividade se horizontalize em uma revolução. Sabem que sou mero diletante, - e muito me lisonja os elogios de uma pessoa como o Wilson . Não tenho formação universitária, e tudo que aprendi de teorias foi através dos livros, a maioria lidos em bibliotecas e comprados em sebos. Engajei-me algumas vezes. decepcionei-me todas as vezes, porem, não me arrependo de um dos meus engajamentos, porque neles pude conhecer (também) o melhor do ser humano, ainda que isoladamente. O meu lema é simplesmente a não rendição ao Estado, resisti ao máximo possível! contra aquilo que desrespeita o indivíduo e sua liberdade , com efeito a sua natureza e sua cultura."

Do Túllio ao amigo Wilson. 22/12/2013